quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Lemmy e a hora de dizer adeus



Vou começar este texto com um clichê. Na vida tudo o que fazemos tem um começo e um fim, mas o mais difícil é saber a hora de parar. Uns são sabem quando chega a hora de dizer adeus e encerram suas carreiras sem descer a ladeira da decadência a toda velocidade, só que outros não sabem e insistem manter-se na ativa pouco importando com o legado construído durante décadas de sacrifício, seja completamente dilapidado.

Lemmy parece não saber exatamente a hora de dizer adeus. O cara é o Motörhead e manteve a banda com muito esforço durante décadas através de discos e turnês memoráveis, que rodaram o planeta fazendo enorme barulho. Só que os anos de excessos, ou seja, do abuso de álcool, cigarros e anfetaminas finalmente começaram a cobrar o preço e um preço realmente caro.
Enfim, ele amarga momentos terríveis devido a sua saúde debilitada e isso gera nos fãs comoção. Os cancelamentos de shows com frequência e as aparições em público mostram um homem a beira dos 70 anos bem consumido e debilitado pelas suas escolhas. Só que ai existe outra questão. O herói que não é indestrutível, invencível como ele mesmo acreditava que fosse e a saúde o lembrou de que ele é um mortal assim como todos nós e, inevitavelmente, terá o mesmo destino que nós, do qual não há fuga!
Sinceramente, essa história de morrer no palco, morrer pela arte é besteira e somente uma pessoa egoísta e cega que não está na pele dele é que pode achar poética, a tragédia desse homem. O que ele ainda não entendeu e nem quer entender é que ele já está na terceira idade, e nesta fase da vida existem limitações naturais que nos colocam barreiras exigindo de nós outro ritmo de vida. O caminho que ele escolheu seguir é um caminho tortuoso que ainda aguarda mais dissabores. O tão sonhado fim em cima do palco de frente para os fãs pode estar bem longe.
É importante ter o Motörhead rodando por ai  mostrando a sua música, novos discos. É uma sensação indescritível ouvir esse cara tocando seu baixo e cantando de forma selvagem e vibrante. Só que também é bom estar vivo desfrutando de tudo o que conquistou nesses longos anos dedicados ao rock.  

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