sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Cinco álbuns maravilhosos do atual Deep Purple.



  
Falar sobre o Deep Purple é fácil ainda mais quando se trata dos álbuns clássicos e quem é fã de carteirinha já deve estar farto de ouvir falar sempre dos mesmo, do que é óbvio. O fato é que eles tiveram várias formações e a discografia é extensa de verdade. O que me interessa nesse post novo é rever os discos gravados de 1990 em diante e ouvindo escolhi cinco álbuns que considero os melhores desde de 1993. Álbuns pelos quais quem ainda não conhece e quer começar a ouvir pode iniciar-se no fantástico universo dos Purples. 



O Deep Purple foi uma das poucas bandas que soube envelhecer e se adaptar as limitações que a idade impõe e achou um bom caminho por onde trilha sem soar ultrapassado mantendo a dignidade e a relevância de outros tempos. Os álbuns escolhidos são o reflexo dos novos tempos e a prova final de que eles ainda têm muito para oferecer aos seus ouvintes. São quase 50 anos de existência que abrangem desde o psicodélico até o hard rock e de forma única e brilhante fruto de um caminho seguido bravamente por linhas tortas.


The Battle Rage On (1993) 

Em 1990 com o vocalista Joe Lynn Turner, cantor de rock farofa, o Deep Purple lançou o tenebroso Slaves and Master que merece estar na lata do lixo. As coisas não deram certo e o jeito era retornar com a formação clássica já que se tratava dos anos 90 e naqueles dias o lance eram os festejados e desejados retornos dos gigantes da década de 1970. A rivalidade de Blackmore e Gillan momentaneamente havia sido apaziguada e as coisas seguiram normalmente e a expectativa sobre esse retorno eram grandes. O disco foi lançado e os frutos colhidos foram bons, o velho e revigorado Deep Purple estava lá com toda a sua magia. Os singles Anya, One Man’s Meet, Time to Kill e Nasty Piece of Work resumem a perfeição dos britânicos nessa nova caminhada. 




Purpendicular  (1996) 

O que parecia ser tranquilo e estar em perfeita ordem desandou e novamente as diferenças entre Blackmore e Gillan falaram mais alto e dessa vez novamente se mostraram irreconciliáveis, mas quem saiu foi o guitarrista e para o seu lugar foi contratado Steve Morse (ex-Dixie Drags) um cara que veio do jazz e com feeling completamente diferente de seu antecessor, a escolha foi acertada e teste veio com Purplendicular, um dos melhores álbuns já gravados por eles, o início de uma fase que já ultrapassou duas décadas.  A sonoridade foi alterada incorporando elementos do jazz, mas a base hard rock foi mantida e remetia aos tempos dourados só que com os pés na realidade da década em questão e as faixas Vavoom: Ted the Mechanic e Hey Cisco mais o single Sometimes I Feel Like Screaming são cartão de visitas para a nova onda da púrpura que ainda se mantinha profunda. 




Bananas (2003)

Em 1998, o Deep Purple pegava pesado em Abandon e o jazz saia pelos poros dos instrumentos e dos músicos e também anunciava a despedida de Jon Lord e para o seu lugar foi chamado Don Airey, outro ás do instrumento. O século XXI começpu cheio de promessas de uma vida melhor, mas os atentados as torres gêmeas disseram o contrário e os britânicos por sua vez entenderam que era hora de fazer algo diferente e vieram com este disco abrindo de cara House of Pain com Gillan voltando aos seus agudos como nos tempos de Machine Head assim como todas as faixas que surpreendem e fazem de Bananas uma celebração da boa música e do talento de uma banda que sempre soube se manter eficiente e poderosa no cenário e faixa como Sun Goes Down, Razzle Dazzle, Walk One falam por si sobre o que é rock frente aos “limites” da criatividade.


Raptures of the Deep (2005) 

Um disco generoso e forte que os leva a navegar em águas cada vez mais profundas e bem mais cerebrais. Decerto modo indulgente e cheio de malícia, os músicos aqui testam suas habilidades tentando abrir novas possibilidades e juntar talentos visando uma síntese para o futuro ao mesclar o rock e o jazz, enfim, havia muita lenha a ser queimada e novos caminhos a serem percorridos mesmo com a velha camisa já surrada que anda sozinha metido dentro das bots gastas de andarem quilômetros a fio. Aqui está um dos grandes materiais ainda que mais homeopático ele aponta caminhos que seriam alcançados no futuro e que indicam uma linha definitiva a ser seguida, puxada e que nunca se rompe. Era o admirável novo e velho Deep Purple segurando a tocha na escuridão fazendo as vezes de um farol que está lá e recusa-se ser apagado.       
                                
                   
Now What?! (2013)

Depois de 8 anos o Deep Purple que chegou a ameaçar se aposentar retorna e nesse tempo sobrevêm o falecimento de John Lord, a cabeça dos caras é afetada pela perda de um grande companheiro e também de um grande músico que revolucionou o instrumento transformando-o numa espécie de segunda guitarra. Agora o que fazer? Sim... uma homenagem! Só que esta homenagem também se estende a boa música que aposta no jazz e nas melodias e faz um contraponto com o Perfect Strangers (1984) e com os anos 70 também, ou seja, o Deep Purple colocou-se numa excelente posição daquele cara já coroa que ainda manda bem no campinho de futebol porque a experiência dos anos que foram ali acumuladas o permite achar os atalhos corretos e ele ainda marca aqueles golaços é esse o mérito desse disco que permitiu-lhe estar nas listas de melhores do ano.  


   

Nenhum comentário:

Postar um comentário