terça-feira, 15 de setembro de 2015

Na Vitrola: Josefus - Dead Man (1970)


Os EUA também tinha as suas bandas de rock pesado, a primeira a fazer um som realmente pesado, agressivo, distorcido e psicodélico foi o Blue Cheer, mas isso não impediu o surgimento de outras bandas que seguissem a mesma linha. O Josefus surgiu em Houston, no Texas e em 1969 lançaram o primeiro álbum Get Off My Case. O som é aquele característico blues rock pesado no talo e tocado no último volume, pois era assim que era para ser escutado.



Em março de 1970, a banda entrou no At Audio Recorders, em Phoenix, Arizona para gravar o segundo disco e depois de oito horas de gravação saem de lá com Dead Man, uma obra prima que o tempo se encarregaria de fazer ouvir. Capa verde com uma caveira impressiona e pensa-se que seja alguma ocultista até você escutar o álbum, mas por outro lado dada a situação que enfrentava os EUA do outro lado do mundo não é difícil entender a capa que soa apropriada.

A banda é formada por Pete Bailey nos vocais, Doug Tull da bateria, percussão, Ray Turner no baixo e Dave Mitchell na bateria. Finalmente quando você o coloca para rodar a sua percepção começa a mudar com o hard rock de “Crazy Man”, as linhas vocais de Pete Bailey se sobre saem. O trabalho de produção assinado por Jim Musil fez a diferença no álbum e pode ser conferido nas demais faixas.

Em “I Need Woman” o som é mais cadenciado e trás uma área psicodélica e envolve com os riffs e pequenos solos da guitarra incendiária de Dave Mitchell e a gaita de Pete Bailey completa a faixa. “Gimme Shelter” é cover dos Rolling Stones e ficou bem na versão dos Josefus a música ficou pesada com um cara americana. “Country Boy” e a crítica ao Vietnã uma realidade sombria e mortal para qualquer jovem.

“Proposition” entra naquela linha sabatiana com o ritmo cadenciado cheia de groove, solos e claro um blues distorcido e linha dura no peso e assim fecha-se o lado A. O lado B abre com a curta “Situation” que serve de interlúdio para a faixa título onde se concentra todo o esforço da banda, as linhas de gaitas são o ponto alto. E fechando a bolacha chega com toda a pompa épica “Dead Man” com seus mais de dezessete minutos de peso lisérgico conduzida por saraivadas de riffs e solos guitarras e os vocais ébrios. Cria-se através dessas melodias um paraíso artificial que ultrapassa as janelas do crânio e fixa-se lá na mente como se fosse uma viagem sobrenatural.

O disco resumido a sete faixas foi lançado pela Hookah Records, independente, e teve um gasto quase insignificante para época, pois por três mil cópias foram gastos três mil dólares, ou seja, um dólar por cada disco. Com a ajuda de uma local muito conhecida que tocou o disco na íntegra várias vezes num de seus programas e as apresentações incendiárias, devastadoras fizeram crescer a reputação da banda que logo foi tocou na turnê de Jefferson Airplaine, Grateful Dead e mais uma galera de bandas do primeiro escalão.

Eles assinaram com a Mainstream Records e por ela lançaram o terceiro álbum intitulado apenas de Josefus foi o último álbum lançado na década de 1970, pois a banda se dissolveu em dezembro de 1970 e foi retornar apenas em 1990 com o lançamento de Son of Dead Man e continua até dias de hoje na ativa e teve relançados em LP os dois álbuns que até então eram itens exclusivos de colecionadores.  

O teste do tempo foi generoso ao devolver ao Josefus a sua importância mesmo que não tenha conseguido o mesmo status que obtiveram o Black Sabbath, Led Zeppelin e Deep Purple que tornaram-se a santa trindade do rock setentista, mas mostra que existiu algo além deles e que nada ficou a dever e que hoje ressurge e volta a assombrar as mentes humanas e a sua maneira reconquista o seu devido lugar no mundo. 

Lista de músicas

A1 Crazy Man
A2 I Need a Woman
A3 Gimme Shelter
A4 Proposition

B1 Situation
B2 Dead Man

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