quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Legalize Já!


A discussão em torno da liberação da maconha gera forte polêmica e divide a sociedade brasileira. Esse é um tema que tem que ser debatido amplamente, mas para gerar informações seguras e precisas acerca da erva. Já faz mais de uma semana que o STF começou a discussão e o Ministro Barroso já se mostrou favorável à descriminalização cujo parecer pode ser encontrado na rede e apesar de ter sido adiada a continuação da discussão tudo indica que há fortes chances de retirarem os grilhões de cima do usuário que passaria a não responder criminalmente pelo porte e uso do entorpecente.

Caso a descriminalização torne-se uma realidade seria um avanço para o Brasil, que ainda é um país atrasado e mantenedor das relações coloniais, ou seja, é um país de matiz patriarcal, personalista, clientelista, machista, homofóbico e por ai vai. É uma alternativa para um novo caminho que traria menos dor e sofrimento para a população brasileira, pois além de reduzir a criminalidade poderia criar um novo setor industrial que abriria novas portas de trabalho que vão desde a agricultura, ou seja, do plantio até o consumidor final, e para o nosso famigerado governo seria lucrativo devido aos impostos que seriam recolhidos para rechear os cofres públicos.

Hoje em pleno século XXI, já não pode-se mais pensar como pensava o homem medieval, pois o mundo não gira mais em torno de valores morais oriundos da religião, ou seja, o que precisa é de um novo homem, que seja capaz de lidar com o que mundo moderno pede e o homem barroco não cabe mais aqui. Existem várias pesquisas que alertam os riscos que correm os usuários sobre os riscos do uso, pois o uso prolongado pode trazer doenças mentais como esquizofrenia, câncer (porque o ato de fumar, de inalar a fumaça quente resseca os pulmões e daí viria a tal doença). Só que para estes a resposta é que não podemos manter um sistema opressor que recaí contra a maioria pobre e negra que paga com a vida algo que podemos tratar, ou seja, é um caso de saúde pública e os médicos, psicólogos, psiquiatras estão ai para isso.

Se fosse para proibir uma droga que inclusive é lícita e altamente nociva por sua capacidade destrutiva é o álcool. Quantas pessoas não morrem por conta de acidentes automobilísticos provocados por motoristas alcoolizados? Fora os homicídios, as brigas domésticas. E os homens que tiveram suas vidas reduzidas a miséria por conta do vício do álcool? Essa substância da qual os homens e as mulheres gostam e se orgulham de consumir em larga quantidade, que os faz sentir-se seres especiais devido à quantidade ingerida é que o verdadeiro vilão e deveria ser revista à liberdade dada à comercialização, mas como não é através de radicalismo que se resolvem os problemas entendo que necessita de maior fiscalização.

Morrem muitas pessoas nas favelas por causa do tráfico e o pior é que a proibição em cima da Cannabis Sativa tem interesses políticos e outros escusos também, primeiro porque aufere lucros altíssimos que sustentam a corrupção brasileira e financia a politica ajudando a eleger políticos para vários cargos e em segundo lugar financia a parte podre desse comércio que submete as comunidades ao domínio das facções criminosas. Então é necessário acabar com a criminalidade, mas nem sempre acabar com a criminalidade significa meter uma pessoa na cadeia e liberação e a regulamentação faria esse trabalho sem necessidade de arriscar a vida de ninguém, muito menos à do policial que é quem sobe os morros todos os dias para combater uma guerra que ele sabe que já está perdida e por isso poderia estar combatendo outros crimes mais danosos a sociedade.

Voltando a questão da saúde devemos lembrar a utilidade medicinal, pois os pais que possuem filhos com epilepsia usam o canabidiol, medicamento composto da maconha e que reduz as crises consideravelmente proporcionando melhor qualidade aos portadores dela. Tem outras utilidades, pois pode-se fabricar papel e, inclusive, calçados e ambos tem melhor qualidade por apresentar tempo de duração maior que os produtos convencionais que utilizamos no cotidiano. Para diminuir a criminalidade nem sempre é necessário encarcerar as pessoas. A liberação para o consumo da maconha mostraria isso e no Uruguai isso já está acontecendo como mostrou a reportagem da Rede Globo.

O Brasil tem a chance de dar um grande passo a frente com a descriminalização e liberação do consumo de maconha. Essa discussão deve ultrapassar o senso comum, pois é necessário eleva-la a níveis corretos que possam de fato trazer esclarecimentos e não ficar na escuridão, pois a sociedade não entende que quem cria os seus próprios monstros é ela mesma e agora tem a chance de matar esse monstro criado num pântano sombrio que tem dentro de si muito sangue não dos culpados, mas especialmente dos milhares de inocentes que já morreram com essa guerra desumana que o Estado perdeu e não admite.  

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